Novo filme de Micheal Moore dispara contra a propaganda do "american way of life". Abordando a prestação do serviço de saúde nos E.U.A, o cineasta mostra como a total privatização dos serviços médico-hospitalares é amparada pelo discurso anti-social da democracia representativa conservadora norte-americana. Uma das perguntas mais interessantes que o cineasta coloca, de forma indireta, é: "porque o sistema de ensino, os correios e outros serviços são públicos e gratuitos, menos a saúde?" Bem, a resposta é óbvia: as corporações que controlam a segurança social norte-americana faturam alto nesse setor.
O realizador vai de Cuba à França para fazer uma crítica severa daquilo que entende como assalto à dignidade dos cidadãos de seu país; foi uma das experiências cinematográficas mais revoltantes que tive; revoltante porque vejo que a prática denunciada no filme está se alastrando pelo mundo, junto com a globalização neoliberal. Da próxima vez que você ouvir um norte-americano perguntar "Why is this happening to me?", responda-lhe: "Relax, baby! It's the american way of life".
É bem que se diga que tudo aquilo que é imprescindível à vida pode se converter numa área de exploração econômica; desde os mananciais ao D.N.A, tudo pode ter (e acaba tendo) um valor/preço - esse é o "mundo" em que vivemos, hoje. A mercantilização da vida já começou; a manipulação/alteração de genes por empresas de biotecnologia já é fato consumado, desde a famosa Dolly; a vida pode ser patenteada.
Contudo, outro caminho é possível: a defesa dos bens que pertencem ao patrimônio comum da humanidade. É preciso definir quais são as áreas de interesse humano que devam ficar fora do mercado; é este o desafio que se coloca aos intelectuais no século XXI. Estes devem concentrar esforços que sejam capazes de sensibilizar as populações acerca dos reais valores incutidos nesses bens (públicos, coletivos, gerais, humanos), lutando pela inalienabilidade dos mesmos: a água; o código da vida; os espaços urbanos e naturais; a cultura etc.
Existe um movimento, encabeçado por empresas do porte da MicroSoft, IBM e Oracle, que luta contra o software livre (linux e aplicativos freeware). Nos E.U.A., chega-se ao ponto de afirmar que o software livre é uma ferramenta comunista e, portanto, contra o valor liberdade. Esse argumento faz parte da retórica do período da Guerra Fria; os norte-americanos (e grande parte da população Ocidental) foi massacrada pelo constante bombardeio ideológico de matiz liberal, que anunciava o fim do mundo pela mão soviética... quando, na realidade, ambos os lados em conflito (URSS e EUA) tinham prontas suas ogivas nucleares, numa guerra de dissuasão pelo controle do continente europeu (e do mundo). Nesse aspecto, pode-se dizer que a Guerra Fria era uma Guerra de Contra-Informação.
O linux é a pedra no sapato das empresas multinacionais porque é um meio gratuito de acesso à informação, substituto dos produtos que essas corporações vendem! Da mesma forma que algumas empresas são contra a "socialização da saúde" (assista ao filme!), outras companhias são contra os programas de computador de domínio público (código aberto); eles são uma ameaça porque espalham o coletivismo e a solidariedade, diminuindo lucros trimestrais... são o anti-cristo!
O realizador vai de Cuba à França para fazer uma crítica severa daquilo que entende como assalto à dignidade dos cidadãos de seu país; foi uma das experiências cinematográficas mais revoltantes que tive; revoltante porque vejo que a prática denunciada no filme está se alastrando pelo mundo, junto com a globalização neoliberal. Da próxima vez que você ouvir um norte-americano perguntar "Why is this happening to me?", responda-lhe: "Relax, baby! It's the american way of life".
- Mais (Dinheiro) > Menos (Interesse coletivo)
É bem que se diga que tudo aquilo que é imprescindível à vida pode se converter numa área de exploração econômica; desde os mananciais ao D.N.A, tudo pode ter (e acaba tendo) um valor/preço - esse é o "mundo" em que vivemos, hoje. A mercantilização da vida já começou; a manipulação/alteração de genes por empresas de biotecnologia já é fato consumado, desde a famosa Dolly; a vida pode ser patenteada.
Contudo, outro caminho é possível: a defesa dos bens que pertencem ao patrimônio comum da humanidade. É preciso definir quais são as áreas de interesse humano que devam ficar fora do mercado; é este o desafio que se coloca aos intelectuais no século XXI. Estes devem concentrar esforços que sejam capazes de sensibilizar as populações acerca dos reais valores incutidos nesses bens (públicos, coletivos, gerais, humanos), lutando pela inalienabilidade dos mesmos: a água; o código da vida; os espaços urbanos e naturais; a cultura etc.
- Informática: um outro exemplo
Existe um movimento, encabeçado por empresas do porte da MicroSoft, IBM e Oracle, que luta contra o software livre (linux e aplicativos freeware). Nos E.U.A., chega-se ao ponto de afirmar que o software livre é uma ferramenta comunista e, portanto, contra o valor liberdade. Esse argumento faz parte da retórica do período da Guerra Fria; os norte-americanos (e grande parte da população Ocidental) foi massacrada pelo constante bombardeio ideológico de matiz liberal, que anunciava o fim do mundo pela mão soviética... quando, na realidade, ambos os lados em conflito (URSS e EUA) tinham prontas suas ogivas nucleares, numa guerra de dissuasão pelo controle do continente europeu (e do mundo). Nesse aspecto, pode-se dizer que a Guerra Fria era uma Guerra de Contra-Informação.
O linux é a pedra no sapato das empresas multinacionais porque é um meio gratuito de acesso à informação, substituto dos produtos que essas corporações vendem! Da mesma forma que algumas empresas são contra a "socialização da saúde" (assista ao filme!), outras companhias são contra os programas de computador de domínio público (código aberto); eles são uma ameaça porque espalham o coletivismo e a solidariedade, diminuindo lucros trimestrais... são o anti-cristo!
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