“If people really knew [the truth], the war would be stopped tomorrow. But of course they don’t know, and can’t know.” (David Lloyd George, acerca da Primeira Guerra Mundial).
Existe uma mudança no pragmatismo da Educação nas sociedades que vivem a pós-modernidade. Esta mudança ocorre graças ao novo sistema empregado na programação das personalidades individuais e é possível confrontá-la com sua antecessora - e é isto que se vai tentar fazer neste post.
Há 50 anos atrás, as pessoas eram programadas em escolas, basicamente por meio do modelo hierarquicamente organizado "professor-alunos", no qual a comunicação se dava, principalmente, por meio da experiência áudio-táctil e concreta, mediante um sistema de ensino planejado e centralizado; a verbalização e a linguagem escrita eram condicionantes do processo de aprendizado e, desta forma, o único caminho à perpetuação da História/modelo social.
Com o advento da mídia televisiva, surgem revolucionários métodos de aprendizagem (direta ou indireta) e o aprimoramento de técnicas de condicionamento comportamental orientado a objetivos - públicos ou privados -, que se mostrou eficaz no aprimoramento dos sistemas de controle social e econômicos - quer se esteja a falar de sistemas democráticos ou não.
De passagem, a pretexto de falar de sistemas de governo democráticos, diga-se que à democracia só importa o exercício da escolha política, ficando a informação hegemônica (ideologia) condicionada à escolha da maioria - o quê, por si só, converte-se numa ditadura da maioria.
O que pretendo comentar é: esta continuidade nos avanços dos meios de comunicação, por via da tecnologia, traz consigo novos tipos de opressão e controle sociais que, sendo subliminares ou explícitos, transformam a condição humana e abalam profundamente as estruturas psicossociais de uma sociedade.
Agora, neste momento, a mensagem aqui exposta ainda está vinculada à forma de comunicação que pertence a um período em vias de extinção/transformação: ela é puramente escrita (porque assim decidi quando a formulei). Mas a mídia, a comunicação de massa continua a exercer um papel importantíssimo na construção/desconstrução das realidades humanas: provoca mudanças nos meios de produção, nas estruturas familiares, na organização e hierarquia social, nas procuras por bens de valor econômico/simbólico, propagam informações de natureza política, jurídica, religiosa e/ou moral e assim por diante.
Acima, de forma abrupta, considerei irrelevante o universo de referência do leitor (quem quer que seja), sem preocupação se seu intelecto será capaz de analisar o meu objetivo quando continuo a descrever brevemente o advento da Internet como ferramenta de programação/condicionamento dos comportamentos sociais e coletivos humanos. Faço isso porque imagino que, com um pouco de paciência e perseverança, o incauto leitor poderá fazer uma pesquisa nos mecanismos de procura (Cadê, Sapo, Google, Yahoo e etc.) e, quase sem nenhum esforço, observar a íngreme escala do avanço tecnológico da Sociedade Informática: de 1992 (ano da Internet comercial) aos dias de hoje, um avanço repentino à escala global sugere que os indivíduos podem programar-se a si mesmos.
Num ambiente que parece caótico e cresce sem nenhum controle aparente, as informações fluem à medida dos cliques do "mouse" - termo que, por si, já dá espaço para metáforas as mais variadas. Entretanto, aquilo que não se disse nas linhas anteriores é que este "surf virtual" é, de longe, uma das ferramentas mais bem elaboradas de exame de conteúdos de informação e que, se bem utilizada, pode acarretar em ferramentas de controle mais que eficientes. Embora possa autoprogramar-se, o internauta deixa rastros (ver cookies) e fornece aos proprietários de websites estatísticas precisas sobre o conteúdo acessado, seja por região do país/globo, seja por conteúdo escolhido e, principalmente, quando o utente faz um cadastro e utiliza as ferramentas disponíveis no website.
A priori, o acesso à informação digital (autoprogramação) e as contra-informações que ela gera (cadastros e bancos de dados) não representam nenhum tipo de ameaça ao indivíduo - mesmo considerando a questão dos direitos da personalidade, como o direito à intimidade; tendo em vista tratar-se (a Internet) de uma caricatura da realidade, de uma virtualidade (a não ser que se vá legislar direitos da personalidade virtual, o que poderia sugerir que um dia se poderia legislar direitos da personalidade imaginária). Mas quando estas informações são trazidas à realidade, pode-se afirmar que os padrões comportamentais de ordem moral, psicológica e ética dos indivíduos poderão ser colocados ao sabor do julgamento público e aqui reside o grande perigo: o da invasão da privacidade real com base nas informações da personalidade digital da pessoa humana.
A par do que foi mencionado no parágrafo anterior - que não é o objetivo proposto -, deve-se dar uma maior atenção aos efeitos da tecnologia na vida social humana. Seriam os humanos projetados para se relacionar com as tecnologias que cria? Só pelo fato de poder transformar a natureza, para que ela se adeque às necessidades humanas, o homo sapiens sapiens (por saber que sabe) é uma espécie perigosa ao ecosistema - vez que o domina de forma racional, melhor dizer, de forma projetada, porque muitas vezes não é consciente dos efeitos de suas ações (analisando os resultados depois das conseqüências da intervenção). É senso comum e fato corrente a idéia de que as novas tecnologias são sempre empregadas nos mecanismos de controle e poder, não havendo a menor dúvida de que a Internet, já hoje, apresenta-se como perfeita arma de manipulação e dominação sociais antes vista, mudando as dinâmicas de aprendizado, relacionamento e enculturação que vigoravam até pouco tempo atrás.
Utilizemos um dos mecanismos de comunicação digital: o Skype. Por meio deste software (programa), duas pessoas podem se comunicar e se ver sem estarem no mesmo ambiente físico. É bem verdade que a comunicação entre pessoas em locais diversos já era possível através das missivas, do telégrafo, do telefone. Mas a virtualidade da presença é algo que apenas esta geração é pioneira. Isso afeta o próprio conceito de ausência, que pode se deslocar da idéia de falta real de alguém para noção de impossibilidade de comunicação imediata com uma pessoa. Além disso, diminui o esforço necessário à imaginação (ou seja, criação mental de imagens), porque traz ao contexto visual aquilo que se passa num local inacessível. Se este tipo de tecnologia estivesse acessível aos homens das cavernas, talvez eles nunca desenvolvessem a atividade de caça... porque estariam desacostumados à noção de distância ou espaços externos/exteriores - quem sabe? O que parece ter alguma coerência é a idéia de que não se conhece, ainda, quais são os efeitos destas formas de comunicação digital na humanidade.
Pode-se afirmar que a Internet e os novos meios de comunicação de massa fazem parte dos processos de integração/mundialização/globalização da intersubjetividade humana. É ainda razoável admitir que tudo isto só é possível porque existem claros interesses econômicos na exploração dessa linguagem informática (símbolos/dígitos). Mas, a partir de certas conjecturas, esse caminho torna-se enevoado e impreciso.
O único "voto válido" é supor que toda esta tecnologia traga maior liberdade de consciência às pessoas - ainda assim, seria preciso mais educadores, o que é um paradoxo à autoprogramação que este sistema fornece. Tudo isto é sinal da ambiguidade que permeia a condição humana: a criatura quase nunca se distancia muito do criador.
Existe uma mudança no pragmatismo da Educação nas sociedades que vivem a pós-modernidade. Esta mudança ocorre graças ao novo sistema empregado na programação das personalidades individuais e é possível confrontá-la com sua antecessora - e é isto que se vai tentar fazer neste post.
Há 50 anos atrás, as pessoas eram programadas em escolas, basicamente por meio do modelo hierarquicamente organizado "professor-alunos", no qual a comunicação se dava, principalmente, por meio da experiência áudio-táctil e concreta, mediante um sistema de ensino planejado e centralizado; a verbalização e a linguagem escrita eram condicionantes do processo de aprendizado e, desta forma, o único caminho à perpetuação da História/modelo social.
Com o advento da mídia televisiva, surgem revolucionários métodos de aprendizagem (direta ou indireta) e o aprimoramento de técnicas de condicionamento comportamental orientado a objetivos - públicos ou privados -, que se mostrou eficaz no aprimoramento dos sistemas de controle social e econômicos - quer se esteja a falar de sistemas democráticos ou não.
De passagem, a pretexto de falar de sistemas de governo democráticos, diga-se que à democracia só importa o exercício da escolha política, ficando a informação hegemônica (ideologia) condicionada à escolha da maioria - o quê, por si só, converte-se numa ditadura da maioria.
O que pretendo comentar é: esta continuidade nos avanços dos meios de comunicação, por via da tecnologia, traz consigo novos tipos de opressão e controle sociais que, sendo subliminares ou explícitos, transformam a condição humana e abalam profundamente as estruturas psicossociais de uma sociedade.
Agora, neste momento, a mensagem aqui exposta ainda está vinculada à forma de comunicação que pertence a um período em vias de extinção/transformação: ela é puramente escrita (porque assim decidi quando a formulei). Mas a mídia, a comunicação de massa continua a exercer um papel importantíssimo na construção/desconstrução das realidades humanas: provoca mudanças nos meios de produção, nas estruturas familiares, na organização e hierarquia social, nas procuras por bens de valor econômico/simbólico, propagam informações de natureza política, jurídica, religiosa e/ou moral e assim por diante.
Acima, de forma abrupta, considerei irrelevante o universo de referência do leitor (quem quer que seja), sem preocupação se seu intelecto será capaz de analisar o meu objetivo quando continuo a descrever brevemente o advento da Internet como ferramenta de programação/condicionamento dos comportamentos sociais e coletivos humanos. Faço isso porque imagino que, com um pouco de paciência e perseverança, o incauto leitor poderá fazer uma pesquisa nos mecanismos de procura (Cadê, Sapo, Google, Yahoo e etc.) e, quase sem nenhum esforço, observar a íngreme escala do avanço tecnológico da Sociedade Informática: de 1992 (ano da Internet comercial) aos dias de hoje, um avanço repentino à escala global sugere que os indivíduos podem programar-se a si mesmos.
Num ambiente que parece caótico e cresce sem nenhum controle aparente, as informações fluem à medida dos cliques do "mouse" - termo que, por si, já dá espaço para metáforas as mais variadas. Entretanto, aquilo que não se disse nas linhas anteriores é que este "surf virtual" é, de longe, uma das ferramentas mais bem elaboradas de exame de conteúdos de informação e que, se bem utilizada, pode acarretar em ferramentas de controle mais que eficientes. Embora possa autoprogramar-se, o internauta deixa rastros (ver cookies) e fornece aos proprietários de websites estatísticas precisas sobre o conteúdo acessado, seja por região do país/globo, seja por conteúdo escolhido e, principalmente, quando o utente faz um cadastro e utiliza as ferramentas disponíveis no website.
A priori, o acesso à informação digital (autoprogramação) e as contra-informações que ela gera (cadastros e bancos de dados) não representam nenhum tipo de ameaça ao indivíduo - mesmo considerando a questão dos direitos da personalidade, como o direito à intimidade; tendo em vista tratar-se (a Internet) de uma caricatura da realidade, de uma virtualidade (a não ser que se vá legislar direitos da personalidade virtual, o que poderia sugerir que um dia se poderia legislar direitos da personalidade imaginária). Mas quando estas informações são trazidas à realidade, pode-se afirmar que os padrões comportamentais de ordem moral, psicológica e ética dos indivíduos poderão ser colocados ao sabor do julgamento público e aqui reside o grande perigo: o da invasão da privacidade real com base nas informações da personalidade digital da pessoa humana.
A par do que foi mencionado no parágrafo anterior - que não é o objetivo proposto -, deve-se dar uma maior atenção aos efeitos da tecnologia na vida social humana. Seriam os humanos projetados para se relacionar com as tecnologias que cria? Só pelo fato de poder transformar a natureza, para que ela se adeque às necessidades humanas, o homo sapiens sapiens (por saber que sabe) é uma espécie perigosa ao ecosistema - vez que o domina de forma racional, melhor dizer, de forma projetada, porque muitas vezes não é consciente dos efeitos de suas ações (analisando os resultados depois das conseqüências da intervenção). É senso comum e fato corrente a idéia de que as novas tecnologias são sempre empregadas nos mecanismos de controle e poder, não havendo a menor dúvida de que a Internet, já hoje, apresenta-se como perfeita arma de manipulação e dominação sociais antes vista, mudando as dinâmicas de aprendizado, relacionamento e enculturação que vigoravam até pouco tempo atrás.
Utilizemos um dos mecanismos de comunicação digital: o Skype. Por meio deste software (programa), duas pessoas podem se comunicar e se ver sem estarem no mesmo ambiente físico. É bem verdade que a comunicação entre pessoas em locais diversos já era possível através das missivas, do telégrafo, do telefone. Mas a virtualidade da presença é algo que apenas esta geração é pioneira. Isso afeta o próprio conceito de ausência, que pode se deslocar da idéia de falta real de alguém para noção de impossibilidade de comunicação imediata com uma pessoa. Além disso, diminui o esforço necessário à imaginação (ou seja, criação mental de imagens), porque traz ao contexto visual aquilo que se passa num local inacessível. Se este tipo de tecnologia estivesse acessível aos homens das cavernas, talvez eles nunca desenvolvessem a atividade de caça... porque estariam desacostumados à noção de distância ou espaços externos/exteriores - quem sabe? O que parece ter alguma coerência é a idéia de que não se conhece, ainda, quais são os efeitos destas formas de comunicação digital na humanidade.
Pode-se afirmar que a Internet e os novos meios de comunicação de massa fazem parte dos processos de integração/mundialização/globalização da intersubjetividade humana. É ainda razoável admitir que tudo isto só é possível porque existem claros interesses econômicos na exploração dessa linguagem informática (símbolos/dígitos). Mas, a partir de certas conjecturas, esse caminho torna-se enevoado e impreciso.
O único "voto válido" é supor que toda esta tecnologia traga maior liberdade de consciência às pessoas - ainda assim, seria preciso mais educadores, o que é um paradoxo à autoprogramação que este sistema fornece. Tudo isto é sinal da ambiguidade que permeia a condição humana: a criatura quase nunca se distancia muito do criador.